Erros de português: como evitar esse gol contra?
Marcar um gol contra é um daqueles lances que todos reconhecem no futebol.
Mas há um tipo de autogol que muitos negligenciam: quando tropeçamos nas palavras em momentos cruciais da vida, como numa entrevista decisiva, no dia a dia profissional, ou até mesmo em um vestibular.
São esses momentos em que nosso português precisa estar impecável, sem margem para deslizes, para alcançarmos nossos objetivos.
Imagine-se na linha de frente de uma entrevista de emprego, o palco está pronto, suas habilidades afiadas, mas um deslize na comunicação pode transformar um gol certo em um autogol inesperado.
É nesses momentos que precisamos estar preparados, atentos aos detalhes, livres de qualquer vício que possa comprometer nossa performance.
Hoje, vamos mergulhar nesse jogo da linguagem, explorar os segredos para uma comunicação eficaz e descobrir como driblar os obstáculos que podem nos fazer marcar um autogol no nosso próprio desenvolvimento.
Prepare-se para uma entrevista exclusiva com a mestre Flávia Rita, uma verdadeira guardiã quando se trata da língua portuguesa.
Pronto para entrar em campo?
Vamos juntos transformar cada desafio linguístico em uma oportunidade de marcar golaços!
Dribles nos erros de português: um desafio que todos enfrentam
Por que erramos?
Porque arriscamos. Assim como um atacante que chuta ao gol, corremos o risco de um gol contra.
É na busca pelo gol que encontramos a possibilidade do erro.
O segredo não está em evitar o erro a todo custo, mas em usar cada falha como combustível para treinar melhor, jogar com mais precisão e marcar gols mais certeiros.
No campo da vida, como no futebol, aprender com nossos erros nos torna mais fortes e nos aproxima cada vez mais da vitória.
Táticas contra a paranoia gramatical: escrever sem perder a cabeça
Imagine só o desafio que enfrentamos: onde é que nós todos exercitamos nossa escrita diariamente?
É nas redes sociais, seja compartilhando nossas vidas, criando conteúdo ou simplesmente batendo papo nos aplicativos de mensagem.
E como é que geralmente nos expressamos nesses cenários?
Usamos uma linguagem informal ou é aquela que segue à risca as regras do português?
Bem, é uma mistura de gírias, expressões, abreviações, em que a vírgula parece ser opcional e até os acentos parecem se esconder.
Mas o que fazer diante disso?
Substituir "kd vc" por "onde você se encontra neste momento"?
Ou talvez trocar "n da migué" por "não me engane"?
A verdade é que ninguém espera encontrar um poeta filosófico quando se busca agilidade e rapidez.
Aqui é a internet. Rápida, eficiente, exigindo comunicação simples e direta.
Para nos mantermos atualizados, acabamos utilizando as velhas e boas gírias, expressões e abreviações.
No entanto, o que funciona na internet nem sempre funciona quando precisamos ser formais e seguir à risca a língua portuguesa.
Como lidar com isso sem enlouquecer, sem cometer erros e sem marcar um gol contra?
Vamos descobrir a resposta juntos.
Uma entrevista de primeira com Flávia Rita, mestra das letras e especialista em nossa língua
Conheça Flávia Rita, a craque das letras cujo talento transcende os limites da academia.
Graduada em Letras pela UFMG e mestre em Didática do Ensino Superior, ela não apenas veste a camisa 1⚽, mas coleciona troféus de excelência acadêmica. 🏆
Nos campos da educação, Flávia Rita é mais do que uma professora de Língua Portuguesa; é uma estrategista nos bastidores dos melhores cursos preparatórios para concursos públicos do país.
Além disso, é fundadora e mentora do renomado Centro Educacional que leva seu nome, onde não só prepara candidatos, mas os capacita para os desafios profissionais.
Hoje, ela se prepara para um jogo decisivo: responder às questões cruciais sobre nosso uso da língua portuguesa, tanto na esfera pessoal quanto profissional.
Com seu conhecimento afiado como uma lâmina, Flávia Rita está pronta para ser a voz que encerra todas as dúvidas e inspira uma nova maneira de entender e aplicar nosso idioma no dia a dia.
Apita o árbitro, a bola rola.
Flávia Rita está em campo para conduzir essa partida com maestria e precisão.
Vamos nessa?
Dizem que a língua portuguesa é a mais difícil do mundo. É verdade?
Não é verdade. Cada idioma tem suas particularidades.
Temos elementos incomuns a outras línguas, como o acento grave e algumas declinações verbais mais específicas. Isso, no entanto, não torna o português a língua mais difícil do mundo.
A dificuldade em algo é sempre um ponto de subjetividade.
Para outros falantes de línguas neolatinas, o português não traz grandes novidades nem se mostra muito complexo. Já para orientais, afeitos ao mandarim ou ao árabe padrão, é possível que o português traga desafios maiores.
O português está entre as 10 línguas mais faladas no mundo.
Somos cerca de 250 milhões de falantes entre nativos e não nativos.
Temos países que se valem do português como língua oficial em quase todos os continentes.
Hoje é a língua oficial de 9 países divididos entre Europa, América, África e Ásia.
O maior expoente em termos de extensão territorial e número de falantes é o Brasil (claro!). Além disso, é a língua mais falada no hemisfério sul.
Nosso idioma tem status oficial também em Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Timor Leste, Guiné Equatorial, Macau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Em sua opinião e experiência, quais as maiores dificuldades ao aprender o idioma?
Um ponto melindroso é a ortografia.
Temos diversos fonemas representados pela mesma letra, e palavras da mesma família nem sempre seguem o padrão gráfico previsto pelo usuário.
Temos -x com som de -z (como em “exame”) e -s com som de -z (como em “casa”). Isso é natural, mas oferece dúvidas tanto aos falantes nativos quanto aos que se dispõem a aprender nosso idioma.
Por exemplo, o substantivo catequese é escrito com s. No entanto, a grafia correta do verbo catequizar é com z.
A confusão acontece porque seria lógico que as palavras da mesma família apresentassem o mesmo registro.
No caso, o radical da palavra “catequese” é “catequ”, sendo esse um sufixo. Assim, o correto é mesmo se acrescer -izar ao radical (que não apresenta -s).
Nosso sistema de artigos também é complexo.
Temos gênero para quase todos os substantivos (e isso não é simples). Temos palavras cujo gênero oferece dúvida até para os que amam a nossa língua.
Ao sentir “pena” de alguém, devemos dizer “o dó”. Assim, um falante deve expressar seus sentimentos dizendo que “tem muito dó” daqueles que não têm oportunidade de estudar.
A flexão verbal também oferece particularidade que causam dúvidas.
O verbo “haver”, com valor existencial, não se flexiona, mas seu sinônimo “existir” varia.
Logo, devemos dizer “há particularidades na língua” ou “existem particularidades na língua”.
Claro que há explicações para quase todas as exceções ou curiosidades da nossa língua. Mas, para o usuário padrão, as dúvidas imperam.
Nosso escopo de regras gramaticais é extenso (se comparado, por exemplo, ao inglês).
Também temos um vocabulário muito amplo e semanticamente variado, o que pode gerar mais dificuldade de aprendizado.
No inglês, por exemplo, existem metodologias e técnicas para aprender o idioma. Na língua portuguesa, isso se aplica? Existe isso também?
Existem, para todos os conteúdos, formas diferentes de ensinar.
A eficiência de cada uma delas depende da adaptação do aprendiz.
As metodologias de ensino devem ser diferentes, por exemplo, para falantes nativos e para não nativos.
O objetivo do aprendizado também deve ser levado em consideração.
Trata-se de uma alfabetização regular (ou seja, na idade certa)? Trata-se de uma alfabetização tardia?
É para um concurso? É para escrever melhor? É para desenvolver habilidades comunicativas no ambiente de trabalho?
Para cada uma dessas situações, existem metodologias eficientes e diferentes.
Só não acredito em milagre.
Todo aprendizado é construído gradativamente e requer o envolvimento do aprendiz e do tutor.
O que mais prejudica o aprendizado da língua portuguesa?
Nosso ensino, como um todo, é frágil. Indicadores do PISA demonstram isso.
Nossa educação básica tem falhas que inviabilizam, muitas vezes, a alfabetização plena.
Hoje, a falta de foco na educação básica é o maior entrave ao aprendizado efetivo de língua portuguesa.
Há alunos que chegam à graduação sem condições de redigir ou de compreender um texto. Esse cenário é um desafio para o ensino de língua materna e para o sucesso da educação brasileira.
“Escrevi, publiquei, e cometi um erro, um gol contra”. Como dar a volta por cima para não errar novamente da mesma forma?
Todos nós, em algum momento, vamos errar algo ao escrever um texto. Isso não deve ser tratado como um problema.
Erramos por falta de atenção ou por desconhecimento da regra.
Em caso de “gol contra”, o importante é gerar consciência acerca do erro para não cometê-lo novamente.
Se escrevi, por exemplo, “paralização” em vez de “paralisação”, devo registrar a grafia correta ao tomar conhecimento do erro.
Nossa memória — tanto para a grafia quanto para a sintaxe — tende a reproduzir padrões. Isso significa que, em regra, erramos sempre as mesmas coisas.
Para mudar esse cenário e “vencer o jogo”, precisamos analisar o erro e construir um novo padrão a partir dele.
Algumas pessoas cometem erros e sequer percebem que cometeram. Como fazer para que isso não aconteça?
Se a pessoa não possui consciência do erro, podemos orientá-la.
Claro que sair corrigindo todo mundo não é uma atitude elegante.
Mas fazer apontamentos como crítica construtiva, seja no trabalho seja em casa, pode ser positivo para quem os recebe.
Vale uma consideração: ninguém erra porque quer.
Imagino que grande parte dos desvios grosseiros que vemos por aí sejam reflexo da falta de um ensino de base eficiente. Isso não se resolve repreendendo o usuário da língua nem com deboche.
O uso mais adequado de um idioma define, inclusive, oportunidades profissionais e o sucesso financeiro de grande parte da mão de obra de um país.
Quem não tem consciência do erro, em geral, não conseguirá corrigi-lo.
Ainda é preciso contextualizar o quanto o domínio de um idioma empodera os cidadãos.
A capacidade de se expressar e a de compreender definem grande parte de nosso potencial.
Errar faz parte. Mesmo professores de língua portuguesa erram. Esse não é o problema.
Os erros pontuais são corrigidos e superados.
A questão é outra. Muitos usuários não dominam a língua a ponto de serem prejudicados por isso.
Pessoas são excluídas de entrevistas porque falam ou escrevem errado, são enganadas porque não compreendem um contrato, são manipuladas porque não decodificam mensagens de modo adequado (e por aí vai).
Você concorda com o uso da língua de forma coloquial, informal, no dia a dia, nas redes sociais e demais aplicativos de mensagens?
Concordo. O uso coloquial não é errado. Faz parte da situação comunicativa concreta.
A adequação linguística é essencial em qualquer situação.
Usar expressões informais, uma linguagem mais afetiva ou símbolos não empobrece nosso idioma nem evidencia falta de conhecimento linguístico.
Agora, temos que separar o uso informal da falta de coerência, da falta de coesão ou mesmo dos desvios ortográficos observados nas redes sociais.
A comunicação é fluida e deve se ajustar ao público, à situação comunicativa e até mesmo ao suporte usado. Isso não significa, por exemplo, que devemos naturalizar grafias incorretas ou falhas de concordância ou a falta de lógica de um texto.
Os problemas linguísticos mais graves não têm relação com a situação comunicativa.
Em regra, refletem uma alfabetização inadequada e a falta de acesso do indivíduo à cultura de letramento. Abreviar vc, tb ou blz não demonstra que o usuário desconhece o padrão.
É muito provável que, em situações de formalidade, o comunicador se atenha às formas desenvolvidas (você, também e beleza).
Por outro lado, quem escreve “excessão” ou “análize” (no lugar de “exceção” e “análise”) tende a reproduzir esses desvios gráficos até mesmo em situações de formalidade.
E você acredita que o uso da língua de forma coloquial ou informal no dia a dia pode atrapalhar na hora que devemos usar uma linguagem formal?
Costumo brincar que a língua é como um “guarda-roupa”.
Para cada situação, vamos escolher as melhores peças.
Não acho que as pessoas misturam os contextos discursivos.
Em geral, dominamos as situações e sabemos ajustar a língua às nossas necessidades.
A roupa de trabalho (em regra) não é a mesma do lazer ou da festa de fim de ano. Na comunicação, vale o mesmo. Levamos em consideração o interlocutor, o tema, o contexto como um todo.
Corrijo textos e mais textos de alunos do Brasil inteiro.
As falhas não estão ligadas à linguagem coloquial ou ao ambiente virtual. As falhas refletem níveis diferentes de alfabetização e de oportunidades.
Há alunos com dificuldade para estruturar uma ideia, com desvios ortográficos e sintáticos graves. Isso não tem relação com adequação linguística.
Separamos bem o contexto de comunicação.
“Leio 4 ou 5 vezes tudo que escrevo para ter certeza de que não errei nada”. Como se livrar dessa paranoia gramatical e tornar a escrita mais leve?
Não tenha medo de errar. Na verdade, tenha a certeza de que, em algum momento, você vai errar.
Um redator, um escritor, um jornalista ou um usuário padrão da língua estão sujeitos ao erro.
A escrita não pode se tornar um peso.
O medo de errar não pode nos paralisar. Nesse caso, considero que aceitar que o erro faz parte do processo comunicativo (sem perder o zelo com o texto) seja uma boa opção.
Ler 4 ou 5 vezes o texto é paranoia, mas revisar não.
Releia o texto. Faça os ajustes e siga para a próxima tarefa.
Se alguém apontar um erro, agradeça a colaboração. Faça a retificação no texto e, principalmente, não sofra.
Como já disse, errar não é o problema, sequer evidencia falta de domínio.
Errar faz parte da tarefa de se comunicar (só não pode virar hábito).
Para quem ainda não se dá bem com as regrinhas da língua portuguesa, o que fazer para tornar-se um craque no assunto e vestir a camisa 10?
Estudar e treinar.
A prática é essencial para a fluência em regras.
Ler bons autores, desenvolver autocrítica em relação ao uso do idioma e buscar boas referências são estratégias para quem deseja se tornar um camisa 10!
Você é especialista em concursos e vestibulares. Quais dicas você dá para quem está estudando para uma prova como essa?
Trata-se de um estudo específico e direcionado.
No contexto dos vestibulares e dos concursos, a concorrência é altíssima.
As provas de língua portuguesa e de redação são decisivas nesses cenários.
O mais importante, na situação de prova, é saber como “você” será cobrado.
Cada organizadora aborda o conteúdo programático de um jeito.
O ideal é o aluno se familiarizar com a linguagem da banca.
Claro que um bom professor e um bom material podem ajudar. Mas é essencial que o candidato compreenda como a sua banca trabalha.
O Enem tem suas particularidades, como pouca gramática, muita interpretação de texto, muitos gêneros diferentes na prova e uma redação dissertativa com estrutura bem peculiar (por ter de apresentar proposta de intervenção).
O Cebraspe pede uma redação muito mais expositiva que dissertativa, a gramática aparece diluída nas questões de texto e, no geral, as provas são consideradas complexas.
A FCC pede uma gramática mais tradicional e uma redação pautada em temas filosóficos.
Cada caso é um caso e, por isso, dominar a banca é essencial.
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Resenha pós-jogoEstamos nos minutos finais, mas antes do apito final, queremos te convidar para uma experiência que vai além do campo.
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Chegou a hora do último lance.
Prepare-se para a resenha de tirar o fôlego com Lucas Souza, e quem dá o passe é você.
Não fique só na arquibancada, participe.
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O apito final chegou, mas a história continua.
Até breve, com mais uma partida emocionante! 😄